Um ano. Há exatos 365 dias, às vésperas da maior festa popular do mundo, foi deflagrada na Bahia uma histórica greve da Polícia Militar. A notícia da paralisação foi confirmada na tarde de 31 de janeiro de 2012, após assembleia da categoria realizada no Ginásio dos Bancários. No momento em que foi anunciada a greve, ainda não se tinha a dimensão da repercussão gerada em função da greve.
Liderados por Marcos Prisco, os grevistas reivindicavam reajuste salarial para toda a categoria, além da melhoria das condições de trabalho. O impasse foi estabelecido porque o governador do Estado, Jaques Wagner, não aceitava as condições impostas pelo movimento grevista.
A categoria cobrava o cumprimento da lei 7.145 de 1997, com pagamento imediato da Gratificação de Atividade Policial GAP IV, incorporação da GAP V ao soldo, regulamentação do pagamento de auxílio acidente, periculosidade e insalubridade, cumprimento da lei da anistia e a criação do código de ética, além da criação de uma comissão para discutir um plano de carreira para a categoria. Após não serem atendidos, os policiais militares decidiram ocupar pacificamente a sede da Assembleia Legislativa da Bahia.
No dia 12 de Fevereiro, a decisão oficial de retomar as atividades foi tomada durante assembleia da categoria. Depois da intensa queda de braço, os militares desistiram de cobrar a revogação das prisões de dirigentes da Aspra e abriram mão da anistia geral para todos os manifestantes. Prisco e os comandantes da greve saíram da Assembleia Legislativa para a cadeia.
Os PMs garantiram que iriam procurar a Justiça para tentar a libertação dos "companheiros" presos. A proposta do governo foi mantida: os militares terão reajuste de 6,5% retroativo a janeiro deste ano e receberão as GAP IV e V diluídas ao longo de 2013, 2014 e 2015. Além disso, a segurança do carnaval estaria assegurada, para alegria de baianos e turistas.
Nas eleições municipais, oito meses depois, o candidato apoiado pelo governador Wagner, Nelson Pelegrino, foi derrotado nas urnas. O desgaste causado pela greve da Polícia Militar foi apontado como um fator determinante para a derrota petista.
Já para o comandante grevista, Marco Prisco, a resposta nas urnas foi positiva. Em 25 de março, teve a liberdade concedida. Filiado ao PSDB, o Soldado Prisco chegou à Câmara de Salvador, eleito como um dos vereadores mais votados de Salvador. (Bocão News)
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